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Thursday, July 26, 2012

Eu Gosto de Falhar


Ingibjörg Torfadóttir

Falei sem pensar. Um dia, no banheiro, pensei com os meus botões, “Eu gosto de falhar”, e acrescentei, “Espero que no Céu possamos errar pelo menos um pouquinho”. Então percebi a minha declaração, e que não era um pensamento muito condizente com a fé cristã. Afinal, sei que Jesus gosta de usar meus erros para me ensinar lições, mas eu não deveria gostar de errar e falhar. Além disso, não seremos perfeitos no Céu?

Esta pergunta tinha sido feita recentemente em um grupo do Facebook do qual participo (“Seremos perfeitos no Céu?”) e eu tinha chegado à conclusão que jamais seremos perfeitos, porque apenas Deus é perfeito. Mas pelo menos estaremos mais firmados nEle, integrados a Ele, portanto bem mais perto da condição perfeita. Então eu disse, “Na verdade, não quero ser perfeito, porque as pessoas perfeitas são chatas”.

Por isso, quando me peguei dizendo que gostava de errar e falhar, e que desejaria que isso acontecesse também no Céu, pensei, “Ingibjörg, onde você está com a cabeça?! Você quer errar e falhar?”

Isso me fez pensar, porque sabia que havia uma certa verdade no que eu dissera, e sabia que atualmente me importava menos quando falhava, menos do que antigamente.

Eu já fiz incontáveis orações desesperadas e tive incontáveis sessões de profecia com Jesus, perguntando, “Quando é que vou dar uma bola dentro?” Ou, “Senhor, por que eu sempre apronto uma bagunça?” E, “Senhor, achei que eu tinha aprendido essa lição desse negócio de humildade. Por que Você está fazendo isso de novo?!” Geralmente recebo uma resposta alegre de Jesus, uma risada amorosa, mas às vezes também como se me provocasse um pouco, tipo, “Você realmente achou que estudar o assunto humildade por alguns dias a tornaria humilde?” Ou, “Você realmente acha que aprender uma vez vai resolver a questão de uma vez por todas?”

Na hora sempre me aliviava, mas depois eu continuava frustrada, porque via que as “lições” eram recorrentes e obviamente continuariam para o resto da minha vida. Eu provavelmente jamais deixaria de “aprontar”. Sempre vou estar aprendendo. Jamais serei uma esposa totalmente humilde e amorosa. As pessoas para quem testemunho continuarão percebendo que sou uma confusão e igual a elas.

Eu até fiquei um pouco deprimida por um tempo, com depressão clínica. Lembro-me de ter mencionado que jamais ficaria deprimida depois de receber o Senhor! Quando O recebi eu joguei fora todos os antidepressivos que tomava. O Senhor me curou. E a cura era para sempre, eu acreditava.

Tá bom… alguns anos depois recebi o diagnóstico: depressão, e voltei aos medicamentos! Exigi que o Senhor me curasse, e alguns meses depois de começar o tratamento joguei fora os remédios. “Senhor, me cure!” O resultado? Cinco dias depois fui parar no Pronto-Socorro com uma crise nervosa, pressão baixa, e péssimos resultados nos exames de sangue. Fiquei dias sem dormir ou comer, e, por mais estranho que pareça, bastava um gole de água para me fazer urinar.

Por causa da minha insistência de que tinha algum problema de saúde, que não podia ser apenas psicológico, fui levada de ambulância. Um paramédico pra lá de bonito olhou para mim como se eu fosse uma doida e disse que estava tudo na minha cabeça, e que se tratava, sem dúvida, de um ataque de pânico.

Eu até urinei na maca depois que fui internada, de tanto medo e pânico de não conseguir chegar ao banheiro. A minha situação era humilhante! As poucas horas no Pronto-Socorro me pareceram dez dias. Eu já tinha feito plantão naquele Pronto-Socorro, então encontrei alguns ex-colegas. Foi uma humilhação daquelas! “O que aconteceu com você, Ingibjörg?” um deles perguntou notando a minha magreza. Eu sempre fui magra, mas depois de algumas semanas eu parecia anoréxica.

Uma amiga da minha mãe, enfermeira-chefe em um outro setor, teve que me defender diante de médicos e enfermeiras, garantindo que eu não era viciada em drogas. A reação do meu corpo era semelhante a síndrome de abstinência (que, na realidade, era o caso, já que eu tinha parado de tomar os medicamentos de forma súbita), por isso eles não me deram nenhum remédio. Ainda bem que essa enfermeira-chefe estava ali e algumas colegas antigas também me ajudaram. Os médicos me examinaram, fizeram todos os exames e até um raio X dos pulmões. Fui tratada com respeito. Mas o olhar do paramédico ficou gravado em minha memória, bem como a atitude dele. Foi humilhação demais. Eu já o vi umas duas vezes desde então na casa de idosos onde trabalho. Acho que ele ficou chocado ao me ver encarregada do ambulatório – a doida que fez pipi nas calças...

E agora me pego no banheiro, pensando, Eu gosto de errar e falhar. O que aconteceu? Como é que eu, justamente eu, poderia fazer uma declaração dessas? E outra coisa, estou falando sério mesmo?

Olha, o que acontece é que existe um momento, uma vitória conquistada junto com uma nova lição, mesmo que eu precise de um lembrete mais tarde e repetidas vezes. É como aqueles lembretes que nos humilham que todos precisamos de vez em quando.

Aquele instante, aquele momento de vitória é muito precioso. Fico super feliz e me sinto pertinho do Senhor, muito agradecida por Sua paciência em toda a situação, por ter permitido que isso acontecesse e que eu passasse por tudo isso. Se pudesse, eu não voltaria atrás em nada, nem naquelas horas no Pronto-Socorro. O desfecho foi impressionante. Conheci o psiquiatra mais querido do mundo, segundo o qual tinham me receitado um coquetel forte demais, e que me receitou algo mais fraquinho – que aceitei tomar e não me deixou sentindo-me drogada.

Admiti para a minha mãe que tinha tido depressão, e isso nos uniu mais, porque era um fato que escondi dela por meses. Depois de tudo passei uns dias na casa dela para o meu marido ter um descanso e também para melhorar um pouco antes de rever minha filha. Fez-me lembrar como ela me ama, e, aparentemente, ela também ficou muito feliz. Depois que me converti eu não senti muita necessidade de estar com a minha mãe, e ela gosta de se sentir útil.

Tudo isso me ensinou a fazer o que o Senhor diz, não o que eu quero. Às vezes Ele quer que consultemos um médico. Em retrospectiva, vejo que Ele é que me disse para buscar ajuda!

Aprendi a jamais dizer nunca. Nunca podemos dizer que jamais passaremos por algo novamente. Podemos ser curados de uma doença que se manifesta de uma determinada maneira, mas isso não significa que possamos abusar da nossa mente, assumir muito estresse e achar que somos super-heróis. Eu passei por muita coisa estressante e estava um pouco em uma onda de obras, assumindo coisas demais.

Vivi o papel de um paciente e aprendi que não é muito legal. Acho que agora estou tratando os meus pacientes muito melhor. E depois de tudo isso, tive uma vitória incrível sobre a depressão. Aparentemente o Senhor precisava da minha obediência e que eu parasse de me debater. Digo sinceramente que fui curada em questão de semanas. Ainda tomo medicamentos, mas deixei de tomar muitos outros. E desde aquele dia no hospital eu nunca mais tive uma crise de pânico!

Por isso digo que gosto de falhar. É claro que na hora da aprendizagem eu não gosto, mas depois é incrível!

Às vezes ouve-se falar de casais que gostam de brigar para poderem depois fazer amor para se reconciliar. Eu nunca entendia isso, mas agora entendo o conceito.

O crescimento derivado do fracasso é incomparável. Quando pertencemos ao Senhor, o legal é que falhamos mas aprendemos, existe uma razão para o erro, existe o fator Romanos 8:28. Antigamente, antes de ficar salva, eu errava e o único pensamento que me vinha era, “Eu sou um fracasso”.

Mas agora, falhar se traduz em aprender e crescer, ou seja, que estou melhorando. E é reconfortante pensar nisso. Estou mudando, evoluindo, crescendo, e, possivelmente, melhorando, não me aperfeiçoando, mas crescendo.

No mundo aprendi que devia conviver com grandes falhas, ou atribui-las a alguém, ou que eram algo do passado, que eu jamais poderia mudar, porque estava enraizado em mim desde criança. O conceito era que levaria tempo para melhorar e, no final, você nem mudaria muito, apenas aprenderia a conviver consigo mesma. E, já que não estaria melhorando, passaria a focar as falhas de outros, e assim me sentir melhor, mas também sozinha, zangada e triste.

É terrível pensar que você não vai melhorar, tem um efeito horrível em você. Para mim, um Céu perfeito não me atrai muito. Se é perfeito e todos são perfeitos, como vai haver aprendizagem e crescimento?

Mas, repito, é tolice pensar assim. Agora vemos por espelho, em enigma, mas então saberemos. Talvez sejamos perfeitos e não precisemos mais crescer, quem sabe? Ou talvez vamos ser quase perfeitos e ir melhorando e aprendendo aos poucos, não só pela experiência, mas por sentidos mais profundos.

Gosto de pensar que o Senhor vai nos usar e enviar a fazer missões; gosto de imaginar que às vezes talvez erremos, mas que o resultado será mais crescimento e uma conexão mais íntima com Ele. Ele vai nos fazer ajudar pessoas que nunca entendemos, pessoas contra as quais tínhamos ressentimento ou que desprezávamos, ou até que nos magoaram e prejudicaram bastante. Talvez Ele martele na nossa cabeça que não somos perfeitos, que só Ele é perfeito.

Eu só sei que gosto de falhar. Gosto daquele momento em que posso dizer “eureka”, quando entendo a lição que Deus quer me ensinar. Amo pensar “eu posso mudar”, porque com Deus tudo é possível. E não perco o valor para Ele só porque erro, pelo contrário, o Senhor fica feliz por me ver “captando” a lição. Ele sabe que, por mais doloroso que seja, vale a pena aprender, e fica muito feliz por Eu entender isso. E eu, por outro lado, sinto a Sua presença ainda mais, e sinto mais amor pelos outros.

Geralmente, com cada lição eu também fico mais próxima do meu esposo. Ele já aprendeu muitas coisas na sua vida. Ele serve ao Senhor há tantos anos que, às vezes, diz, “Você acha que eu sempre fui humilde assim?” Sei que não. Mas talvez um dia eu possa dizer o mesmo. Até lá, posso dizer que “gosto de falhar”. Pelo jeito é o método que Jesus usa para me ensinar as coisas.

Tradução Hebe Rondon Flandoli. Revisão Denise Oliveira.

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