Uma vez que Deus é a “Causa Primeira”, Ele é responsável pelo fato de que o sofrimento pode existir. Deus criou Adão e Eva sabendo que eles pecariam. Ele sabia o sofrimento que existiria no mundo como resultado. No entanto, Ele também tornou possÃvel a redenção. O plano final de Deus era que Deus, o Filho (Jesus Cristo), assumisse a carne humana, vivesse uma vida humana completa com todo o sofrimento de um mundo caÃdo, fosse crucificado embora não tivesse pecado, e ressurgisse à vida, tendo derrotado o pecado e morte. Todos os que colocarem sua fé em Jesus serão salvos. O dom da graça de Deus para nós custou muito a Ele. Deus conhece a plenitude do sofrimento humano de maneiras que nós não conhecemos. E, no entanto, Ele também conhece a plenitude da alegria que a redenção traz. Deus certamente permite o sofrimento; em última análise, Ele o faz para Seus bons propósitos (Romanos 1:18–32; 8:18–39).
Deus é bom e tudo o que Ele faz é bom (1 João 1:5). Deus nunca pode ser o autor do mal (Tiago 1:13-17). O sofrimento é um resultado direto do pecado que corre desenfreado. O pecado da humanidade abriu a porta para o domÃnio limitado de Satanás como deus desta era (2 CorÃntios 4:4). Sofremos devido aos nossos próprios pecados, aos pecados de outras pessoas e ao fato geral de vivermos em um mundo caÃdo. Freqüentemente, Deus permite que as consequências naturais do pecado se manifestem.
É verdade que à s vezes Deus leva o crédito mais direto pelo sofrimento. Às vezes, Deus causa sofrimento como um julgamento contra os Ãmpios ou como um chamado para que os Ãmpios se arrependam, como as pragas no Egito ou os julgamentos do fim dos tempos descritos em Apocalipse. Vemos Deus decretar consequências sobre Israel por sua desobediência – consequências que chamarÃamos de “sofrimento” (Deuteronômio 28; 1 Reis 17:1; 1 Crônicas 9:1). Vemos Deus “causar” sofrimento de forma mais passiva, entregando as pessoas aos seus pecados (Romanos 1:18–32). Mas sabemos que Deus não tem prazer na morte dos Ãmpios; Ele preferiria que eles “se arrependessem e vivessem” (Ezequiel 18:32; cf. 33:11). Em 2 Pedro 3:9 lemos: “O Senhor não tarda em cumprir a sua promessa, como alguns a entendem. Pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que ninguém pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento”. Deus não inflige sofrimento por prazer sádico, mas pelo desejo de atrair as pessoas para Si. Quando as pessoas se recusam a se arrepender, o sofrimento serve como parte da devida penalidade pelo pecado (Romanos 6:23).
Deus também usa o sofrimento para treinar Seus filhos e refinar ou testar sua fé (Tiago 1:2–4; 1 Pedro 1:6–9; Hebreus 12:7–11). Claro, “nenhuma disciplina parece agradável na hora, mas dolorosa. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para os que por ela são exercitados” (Hebreus 12:11). Se Deus intencionalmente causa uma dificuldade em nossas vidas ou permite uma dificuldade em nossas vidas, Ele a usa para nosso crescimento e bem (Romanos 8:28–30). Podemos e devemos examinar nossas vidas e pedir a Deus que revele quaisquer tendências pecaminosas das quais Ele esteja nos livrando. Se necessário, devemos nos arrepender e procurar levar esses pecados à morte. Levar nossas tendências pecaminosas à morte geralmente parece sofrimento, mas resulta em vida (João 15:10–11; Gálatas 5:13–26; Colossenses 3:5–14). Mesmo que não haja pecado associado ao nosso sofrimento, Deus pode usá-lo em nossas vidas para nos aproximar Dele e aprofundar nossa fé. Não importa o motivo do nosso sofrimento, podemos levar nossas dores e lutas a Deus, sabendo que Ele cuida de nós e caminhará conosco durante o sofrimento (1 Pedro 5:7; Salmo 43).
Outro aspecto do sofrimento é a guerra espiritual. Deus permite a Satanás e seus demônios certa latitude, como vemos no caso de Jó. Em Efésios 6 lemos sobre a armadura espiritual com a qual Deus nos equipou para que possamos permanecer firmes contra os ataques do diabo. 1 Pedro 5:6–11 nos encoraja a lançar nossas ansiedades sobre Deus, resistir a Satanás, reconhecer que outros estão sofrendo da mesma forma e confiar que “o Deus de toda graça, que os chamou para sua glória eterna em Cristo, depois de terem padecido uma pouco tempo, ele mesmo vos restaurará e vos tornará fortes, firmes e inabaláveis” (1 Pedro 5:10).
Além disso, à s vezes sofremos perseguição (Mateus 5:11–12; 2 Timóteo 3:12). Jesus disse aos Seus discÃpulos: “Tenho-vos dito estas coisas para que em mim tenhais paz. Neste mundo você terá problemas. Mas tenha coragem! Eu venci o mundo” (João 16:33). Como em qualquer sofrimento, quando nossas dificuldades são resultado da perseguição, nossa resposta é nos voltarmos para Deus, pois somente Ele pode nos sustentar.
Deve-se notar que à s vezes a fonte e o propósito do sofrimento não são imediatamente óbvios para nós. Às vezes, as dificuldades podem parecer demais, ou nos perguntamos por que Deus permite que uma certa pessoa sofra tão profundamente sem culpa própria. Jesus ofereceu um vislumbre de uma resposta quando Seus discÃpulos queriam saber por que um homem nasceu cego (João 9:1–12). Eles chegaram à conclusão de que o pecado de alguém deve ter causado isso. “‘Nem ele nem seus pais pecaram’, disse Jesus, ‘mas isso aconteceu para que nele se manifestem as obras de Deus’” (João 9:3). Isso nos diz que, em parte, Deus permite ou mesmo causa o sofrimento humano para trazer um bem maior. Às vezes, é preciso sofrimento para ampliar nossa visão de Deus. Paulo falou sobre receber um “espinho” em sua carne para ajudá-lo a não se tornar vaidoso. Ele implorou a Deus para removê-lo, mas Deus lhe disse: “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 CorÃntios 12:9). Paulo disse: “Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente nas minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim” (2 CorÃntios 12:9).
Uma consideração adicional na questão de saber se Deus causa sofrimento é a soberania de Deus e o livre arbÃtrio humano. Sabemos que Deus está no controle de todas as coisas. Também sabemos que a escolha humana tem um impacto significativo no mundo. Sabemos que Deus não pode ser o autor do mal de qualquer tipo. Então, quando Deus “causa” sofrimento, Ele está simplesmente orquestrando os resultados do mal natural para operar em Seus bons propósitos? Será que tudo o que consideramos “sofrimento” não é antitético ao bem?
O sofrimento, não importa sua causa ou seu tipo preciso, não é uma experiência que qualquer um escolheria. Mas quanto mais conhecemos a Deus e vemos Seu caráter, mais entendemos como Ele pode enfrentar até mesmo as dificuldades do sofrimento e trabalhar para Seus propósitos. Não apenas isso, mas podemos compartilhar honestamente com Deus sobre nossas lutas e até mesmo nossas dúvidas. Hebreus 4:15–16 diz: “Pois não temos um sumo sacerdote [Jesus] que não possa compadecer-se de nossas fraquezas, mas temos um que foi tentado de todas as maneiras, assim como nós; pecado. Aproximemo-nos, então, do trono da graça de Deus com confiança, para que possamos receber misericórdia e encontrar graça para nos ajudar em nosso tempo de necessidade”. Também podemos e devemos compartilhar nossas lutas com os outros, estando dispostos a chorar juntos e a exaltar uns aos outros em amor (João 13:34–45; Romanos 12:9–16; 2 CorÃntios 1:3–7; Gálatas 6:2 , 7–10; Hebreus 10:19–25). Paulo incentivou: “Por isso não desanimamos. Embora externamente estejamos definhando, interiormente estamos sendo renovados dia após dia. Pois nossos problemas leves e momentâneos estão alcançando para nós uma glória eterna que supera em muito todos eles. Portanto, fixamos os olhos, não nas coisas que se veem, mas nas que não se veem, pois as que se veem são temporais, mas as que não se veem são eternas” (2 CorÃntios 4:16–18).
O Senhor Deus Todo-Poderoso é soberano. Isso significa que não importa quanto sofrimento suportemos, Ele não abriu mão do controle sobre Sua criação. Se Ele fosse impotente para parar de sofrer, Ele não seria Deus. Se Ele instigasse o mal, Ele não seria bom. Mas quando um Deus bom e soberano faz as pessoas sofrerem, é para seu benefÃcio eterno e Sua glória eterna (1 Pedro 5:10). Aqueles que O conhecem podem viver confiantes de que, por mais difÃcil que seja a jornada, no momento em que O virmos face a face, nossos olhos se abrirão e exclamaremos: “Agora entendo por que passei por isso! Claro! Obrigado pai. Era a única coisa certa a fazer!”
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