Se formos honestos, queremos entrar facilmente no reino de Deus. Quando a vida cristã fica difícil, pensamos que algo estranho está acontecendo. Mas os problemas não devem nos surpreender ou abalar nossa fé (1 Pedro 4:12-19). Atos 14:1–28—um estudo de caso na tribulação—nos diz que os problemas são essenciais e devem ser esperados.
Os novos convertidos na Ásia não tinham certeza se continuariam na fé. O custo parecia muito alto. Nós também podemos nos sentir assim. Mas o sofrimento não é argumento para abandonar a fé; sinaliza aos crentes que eles estão no caminho certo. E, como demonstra a resposta de Paulo e Barnabé ao sofrimento, as tribulações podem nos tornar mais semelhantes a Jesus.
Que perigos os apóstolos enfrentaram?
Podemos responder a essa pergunta seguindo o mapa da primeira viagem missionária de Paulo. Primeiro, os apóstolos encontraram oposição e ameaça de violência em Icônio. Os apóstolos estavam pregando a mensagem certa, mas “os judeus incrédulos incitaram os gentios e envenenaram suas mentes contra os irmãos” (Atos 28:2). Por fim, “tanto por parte de gentios como de judeus, com seus príncipes, tentaram maltratá-los e apedrejá-los” (Atos 28:5). O apedrejamento era uma forma de execução na qual pedras eram arremessadas contra a vítima até que ela fosse esmagada até a morte. Essa ameaça de violência forçou os missionários a fugir para Listra, deixando para trás novos convertidos em dificuldades.
Em segundo lugar, os apóstolos receberam elogios e sofreram violência em Listra. A oposição começou com a cura de um homem “aleijado de nascença” que “nunca havia andado” (Atos 14:8). Deus curou o homem, mas a multidão entendeu mal, dando crédito a Paulo e Barnabé. Sabendo que o louvor das pessoas é um veneno para os discípulos, os apóstolos tentaram desviar o louvor de si mesmos para Deus. A cura era um sinal de que o povo deveria voltar das coisas vãs para o Deus vivo que os criou e a todas as coisas. Ainda assim, “eles mal impediram o povo de lhes oferecer sacrifícios” (Atos 14:18). Mas com que rapidez as fortunas externas podem mudar! “Vieram judeus de Antioquia e de Icônio e, persuadindo as multidões, apedrejaram Paulo e arrastaram-no para fora da cidade” (Atos 14:19). Ele foi tão espancado que o confundiram com morto.
Por fim, os apóstolos enfrentaram uma viagem de volta mental e fisicamente arriscada. Depois que Paulo se recuperou de seus ferimentos em Derbe, ele “voltou para Listra, Icônio e Antioquia” (Atos 14:21). Havia um caminho muito mais curto para casa que passava pela cidade natal de Paulo, Tarso. Em vez disso, para encorajar os novos convertidos, Paulo voltou por Listra, onde foi apedrejado e deixado para morrer!
A vida de Paulo, como a vida de Jesus, prova que as tribulações são normais para o povo de Deus.
Como os apóstolos responderam?
As próprias tribulações não são santificadoras; desastres familiares podem fortalecer um casamento ou acabar com ele. As provações são oportunidades de crescer em piedade respondendo com coragem e fé. Como Paulo e Barnabé reagiram às provações?
Ousadia
“Eles permaneceram por muito tempo, falando ousadamente pelo Senhor.” Os problemas são a plataforma para a coragem. E o Senhor elogiou a ousadia dos apóstolos ao dar “testemunho da palavra de sua graça, realizando sinais e prodígios” (Atos 14:3).
Persistência
Eles permaneceram em Icônio por muito tempo porque o trabalho árduo exigia perseverança. Quando os discípulos finalmente seguiram em frente, eles simplesmente mudaram sua missão. Paulo e Barnabé nunca esqueceram seu roteiro; eles pregaram o evangelho persistentemente (Atos 14:7, 21).
Sabedoria
Os discípulos estavam dispostos a sofrer por Jesus. Mas eles não insistiram nisso. Eles fugiram sabiamente de Listra para tentar evitar o apedrejamento. Não devemos adquirir o hábito de escolher o caminho mais fácil. Mas a sabedoria às vezes revela um desvio fiel em torno do problema.
Humildade
A notoriedade pode ser tão perigosa quanto a perseguição. Mas Paulo e Barnabé se recusaram a roubar a glória de Deus. Os missionários insistiam que somente a graça de Deus os distinguia dos outros. Você pode ajudar as pessoas a ver a grandeza de Deus ou a sua. Você não pode fazer as duas coisas.
Encorajamento
Às vezes, em nosso sofrimento, negligenciamos as necessidades dos outros. Paulo e Barnabé usaram suas tribulações para encorajar os novos discípulos a prosseguir, entregando-os aos cuidados de Deus (Atos 14:23). Em vez de nos separar do amor de Deus, a tribulação nos torna mais conscientes dele (Romanos 8:35; 2 Coríntios 1:4).
Organização
Os cristãos sofredores raramente consideram a bênção do governo da igreja. A última coisa que Paulo e Barnabé fizeram antes de voltar para casa foi nomear presbíteros para os crentes em cada igreja (Atos 14:23). Os anciãos protegem suas ovelhas da tribulação, guiam suas ovelhas na tribulação e demonstram fidelidade na tribulação.
Comunicando
Depois de voltar para casa após uma viagem de um ano, Paulo e Barnabé declararam à igreja que os enviou em Antioquia “tudo o que Deus havia feito com eles” (Atos 14:27). E, em vez de insistir no negativo, eles enfatizaram que Deus havia “aberto a porta da fé aos gentios”. Não se esqueça de se concentrar nas boas notícias (Filip 4:8).
Cristão, nesta vida você enfrentará tribulações. Mas é assim que você entra no reino (Atos 14:22)! Somente o sofrimento de Jesus cancela nossos pecados e nos torna justos com Deus. Mas nosso sofrimento em seus passos nos ajuda a fixar nossos olhos nele. O cristianismo é temperado — tornado mais forte e durável — pelo fogo. O sofrimento separa a palha do trigo, dá aos fiéis um desejo de glória e nos conforma a Cristo. Use bem suas provações para entrar no reino de Deus.
WILLIAM BOEKESTEIN
William Boekestein is the pastor of Immanuel Fellowship Church in Kalamazoo, Michigan. He has written several books and numerous articles. He and his wife, Amy, have four children.
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