Does your faith need strengthening? Are you confused and wondering if Jesus Christ is really "The Way, the Truth, and the Life?" "Fight for Your Faith" is a blog filled with interesting and thought provoking articles to help you find the answers you are seeking. Jesus said, "Seek and ye shall find." In Jeremiah we read, "Ye shall seek Me, and find Me, when ye shall seek for Me with all your heart." These articles and videos will help you in your search for the Truth.

Thursday, October 16, 2025

A Cura Divina, 3ª Parte : Quando Deus não cura

 

Peter Amsterdam


Embora aqueles envolvidos em ministérios de cura tendam a concordar em muitos pontos fundamentais, há uma divergência na interpretação de por que Deus cura ou não cada pessoa por quem se ora. Os evangelistas e teólogos da cura cujos materiais minha esposa e eu estudamos — com exceção de Curry Blake — acredita que, embora Deus realmente cure, não se deve esperar que todos por quem se ora sejam curados, seja de mediato ou ainda nesta vida.

Diversos teólogos e evangelistas da cura cujos trabalhos estudei acreditam que Deus opera milagres de cura, mas não o faz todas as vezes nem em todos os casos. Há momentos em que Ele escolhe não curar, por razões que Lhe pertencem. Nessa visão, Deus é soberano e tem Seus motivos para determinar o que realiza e permite, os quais não raramente, fogem da nossa compreensão.

Na Bíblia, lemos casos em que discípulos com o dom de cura foram capacitados pelo Espírito Santo para curar uma enfermidade ou doença específica. No entanto, as Escrituras não afirmam que todos por quem eles oraram foram curados. No Livros de Atos, por exemplo, lemos que “Deus fazia milagres extraordinários por meio de Paulo, de modo que até lenços e aventais que Paulo usava eram levados e colocados sobre os enfermos. Estes eram curados de suas doenças, e os espíritos malignos saíam deles.” (Atos 19:11–12). Contudo, também encontramos relatos em que a cura não se concretizou — como no caso de Timóteo, que sofria “por causa do seu estômago e das suas frequentes enfermidades” (1 Timóteo 5:23); de Epafrodito, que enfrentou uma doença grave e que lhe ameaça a vida (Filipenses 2:26–27); e de Trófimo, que Paulo deixou em Mileto por causa de sua enfermidade (2 Timóteo 4:20). 

Sobre esse assunto, John e Sonja Decker escreveram:

Oramos com plena consciência e intencionalidade, e deixamos o restante nas mãos de um Senhor gracioso e amoroso. Em Sua sabedoria infinita, Deus tem a resposta para aqueles que não são curados. Porque isso ocorre, permanece um mistério, mesmo para aqueles que, com sinceridade, pregam Jesus Cristo como Curador. Nossa experiência mostra que, embora mitos sejam curados, nem todos o são...

Não incluir esse princípio bíblico em nossa discussão sobre a cura divina é ignorar a soberania de um Deus amoroso, que decide, em última instância, quem é ou não é curado. Oramos pelos enfermos não porque Deus garanta a cura, mas porque declarou-Se disposto a concedê-la! O resultado está em Suas mãos.1

Don Dunkerley expressa sua convicção sobre esse tema fazendo referência a trechos do “final longo” do Evangelho segundo Marcos — para diferenciar de manuscritos mais antigos que não incluem a passagem onde lemos: “Estes sinais acompanharão os que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se beberem algum veneno mortal, não lhes fará mal nenhum; imporão as mãos sobre os doentes, e estes ficarão curados” (Marcos 16:17–18).

Dunkerley escreveu:

Referindo-se a nós, Jesus disse: “Imporão as mãos sobre os doentes, e estes ficarão curados” (Marcos 16:18). Isso não significa que todos seriam curados, nem que a cura seria instantânea. No mesmo trecho, Ele prometeu livramento de mortes por acidentes (como picadas de serpentes) e daqueles que tentariam nos matar por causa do Evangelho (veneno mortal). Como sabemos, contudo,  é certo que cristãos já morreram em acidentes e o próprio Jesus ensinou que muitos seriam martirizados por causa da fé (Mateus 24:9) e chegou a prever especificamente o martírio de Pedro (João 21:18–19). As curas e os livramentos prometidos ocorrerão com frequência suficiente para confirmar o Evangelho diante dos incrédulos, mas não é uma promessa cujo cumprimento é garantido em todas as ocasiões.

O Reino de Deus começou com a primeira vinda de Cristo, que pregava: “Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo” (Mateus 4:17). Jesus demonstrou o poder desse Reino ao avançar contra o reino das trevas, curando os enfermos e expulsando demônios (Mateus 4:23–25). No entanto, o Reino de Deus ainda não veio em sua plenitude, o que só acontecerá na Segunda Vinda de Cristo, “quando Ele entregar o Reino a Deus, o Pai, depois de ter destruído todo domínio, toda autoridade e todo poder. Pois é necessário que ele reine até que todos os seus inimigos sejam postos debaixo de seus pés.” (1 Coríntios 15:24–25).

Portanto, o Reino de Deus já está presente, mas apenas parcialmente. A cura não é concedida a todos e nem sempre de forma instantânea ou completa. A presença do Reino nos encoraja a orar por nós mesmos, para que se cumpra também em nossa vida que “o poder do Senhor estava com Ele para curar os doentes” (Lucas 5:17). A ausência do Reino consumado, porém, nos impede de desanimar quando não vemos os resultados poderosos que desejaríamos.

Temos muitas perguntas a respeito dos mistérios da vontade soberana de Deus. Talvez a melhor resposta seja a que Moisés deu: “As coisas encobertas pertencem ao SENHOR, o nosso Deus, mas as reveladas pertencem a nós e aos nossos filhos para sempre, para que sigamos todas as palavras desta lei” (Deuteronômio 29:29).2

As Escrituras nos ensinam que Deus cumpre Suas promessas (Isaías 46:9–10). Sua Palavra está firmada para sempre nos céus (Salmo 119:89), e podemos nos apoiar em Suas promessas (2 Coríntios 1:20). Também cremos que Deus é Deus, que Ele é todo-poderoso, que Seus caminhos são mais altos do que os nossos, e que, em Sua sabedoria e entendimento divinos, Ele pode ter razões que estão além da nossa compreensão para não curar alguém por quem oramos (Isaías 55:8–11).

Cremos que o nosso Deus, compassivo e amoroso, às vezes faz ou permite situações que, na perspectiva humana, podem parecer injustas ou dar a impressão de que Ele não está cumprindo Sua Palavra nem respondendo às nossas orações mais sinceras. Nessas horas, devemos confiar que Deus sabe melhor do que nós o que é necessário para que Sua boa, perfeita e agradável vontade seja feita. Conhece o futuro e tem razões para tudo o que faz ou permite — razões que estão enraizadas em Seu amor. Confiar em Deus, mesmo quando parece que Ele não está respondendo às nossas orações, pode exigir uma fé ainda maior do que crer na cura que Ele pode realizar.

Alguns cristãos que ministram cura ensinam que Deus pode, em certos casos, usar a enfermidade para aproximar o enfermo de Si. Quando a cura não vem, a paciência e a fé que a pessoa precisa desenvolver para suportar a doença podem levá-la a um relacionamento mais profundo com o Senhor — e, com frequência, é exatamente isso que acontece. Vemos esse princípio repetido ao longo das Epístolas:

Nisso vocês exultam, ainda que agora, por um pouco de tempo, devam ser entristecidos por todo tipo de provação. Assim acontece para que fique comprovado que a fé que vocês têm, muito mais valiosa do que o ouro que perece, mesmo que refinado pelo fogo, é genuína e resultará em louvor, glória e honra, quando Jesus Cristo for revelado. (1 Pedro 1:6–7).

Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança. E a perseverança deve ter ação completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma (Tiago 1:2–4).

Aprendi pela experiência que nem todos por quem se ora são curados, e que aqueles que enfrentam a doença e a dor frequentemente extraem dessas vivências lições valiosas e crescimento espiritual. Tenho visto e lido sobre pessoas que, por causa de suas limitações físicas, acabaram ajudando inúmeros outros a encontrar o Senhor. Em tempos de enfermidade, aprendi coisas sobre mim mesmo e sobre meu relacionamento com o Senhor que, no fim das contas, me fizeram amadurecer e me fortaleceram na fé.

O seguinte trecho do site Got Questions expressa bem essa ideia:

Uma pessoa pode orar com sinceridade e realmente ter fé de que Deus pode curar, mas, se não for da vontade de Deus conceder a cura naquele momento, então ela não acontecerá (ver 1 João 5:14). Às vezes, as bênçãos de Deus vêm de outras formas além da cura física. Se fosse sempre a vontade de Deus que as pessoas fossem curadas, então todos seriam curados quando adoecessem. Se a boa saúde fosse sempre a vontade de Deus, então os cristãos jamais morreriam.

Não podemos atribuir uma doença à falta de fé, pois sabemos e a Bíblia ensina que Deus às vezes usa a doença para cumprir a Sua vontade. Além disso, não são apenas os crentes desviados que adoecem. Paulo deixou Trófimo doente em Mileto (ver 2 Timóteo 4:20), e o próprio Paulo tinha uma enfermidade física que o Senhor não curou (2 Coríntios 12:7–9)…

É claro que Deus pode e ainda cura, quando assim deseja. A pergunta que devemos fazer em cada situação é: o que Deus quer? Ele deseja curar essa pessoa nesta vida, ou tem outro plano para manifestar Sua glória por meio da fraqueza? Um dia, toda enfermidade e toda morte serão erradicadas (ver Apocalipse 21:4).3

Embora seja bom firmar-se na Palavra de Deus, sabendo que Ele prometeu responder às orações, e de fato o faz, também é importante reconhecer algumas verdades: nem toda oração é atendida da forma que esperamos, e às vezes Deus escolhe não responder de imediato. Deus é maior do que nós e, embora devamos reivindicar as promessas das Escrituras, permanecer firmes em Sua Palavra e confiar plenamente nEle, precisamos compreender que Seus caminhos são mais altos que os nossos. Em Seu amor e sabedoria infinitos, Ele pode fazer ou permitir em nossa vida — ou na vida de outros — coisas que não compreendemos.

A expectativa de que Deus responderá a toda oração por cura exatamente da forma que pedimos pode não levar em conta Sua soberania sobre a vida de cada pessoa. Quando uma oração não é respondida — ou é atendida de modo diferente do esperado —, atribuir culpa a alguém é o mesmo que afirmar que sabemos mais do que Deus. Temos certeza de que não é assim. O entendimento de Deus de qualquer situação é infinitamente superior à de qualquer um. “É Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dEle” (Filipenses 2:13).

Não devemos esquecer, contudo, de que a Palavra de Deus tem, sim, promessas de cura. Sabemos que Jesus, os apóstolos e muitos crentes na igreja primitiva e ao longo de toda a história cristã receberam e exerceram dons de cura em seu testemunho, bem como em favor uns dos outros. Nós, crentes, somos incentivados na Bíblia a orar por aqueles que necessitam de cura, para que “A oração feita com fé curará o doente; o Senhor o levantará.” (Tiago 5:14–15).

Provavelmente todos já vivenciamos a cura de Deus ou testemunhamos pessoas que foram curadas após receberem oração. Às vezes, Ele cura de uma só vez; outras, aos poucos. Alguns Ele cura nesta vida; outros Ele curará no porvir, quando os chamar para junto de Si. Quer Deus cure alguém nesta vida ou na eternidade, sabemos que Ele é compassivo e amoroso. Podemos confiar que, ao seguirmos Sua Palavra e orarmos pelos enfermos e os entregarmos aos Seus cuidados, Ele responderá segundo a Sua vontade e o Seu bom propósito para a vida de cada um.

Publicado originalmente em abril de 2012. Adaptado e republicado em outubro de 2025.

https://anchor.tfionline.com/pt/post/a-cura-divina-3-parte-quando-deus-nao-cura/


1 John and Sonja Decker, Doing What Jesus Did (Foursquare Media, 2007), 3.

2 Don Dunkerley, Healing Evangelism (Chosen Books, 1995), 53–54, 68.

3 “Why doesn’t God heal everyone?” GotQuestions.org, https://www.gotquestions.org/God-heal-everyone.html.

0 Comments:

Copyright © Fight for Your Faith