por Paul Joseph Watson | 3 de julho de 2014
A decisão "Direito a ser esquecido" ameaça "coibir a liberdade de expressão"
O editor de economia da BBC, Robert Peston, adverte que a implementação por parte da Google da controversa decisão "direito a ser esquecido" está contribuindo para "suprimir o jornalismo legítimo", após um de seus artigos sobre o chefe da Merrill Lynch, Stan O'Neal, ter sido apagado do motor de busca. ::INTRO::
Uma decisão recente do Tribunal Europeu de Justiça determinou que o Google deve excluir dados "inadequados, irrelevantes ou já não relevantes" quando recebe um pedido para fazê-lo, o que poderia abrir as comportas para que indivíduos poderosos, empresas e instituições ocultem provas anteriores de irregularidades numa reversão arrepiante para o "buraco da memória" de George Orwell.
Peston reclama do Google por este ter notificado a BBC que um dos seus artigos de 2007 havia sido excluído dos resultados de pesquisa para usuários do Google na Europa. Esse artigo falava sobre o papel do ex-chefe da Merrill Lynch, Stan O'Neal, no colapso financeiro.
Peston questionou porque é que o artigo representava informação "inadequada, irrelevante ou não relevante", afirmando: "Há um argumento segundo o qual com a remoção do blog, o Google está confirmando os temores de muitos na indústria de que o "direito a ser esquecido" será abusado para coibir a liberdade de expressão e para suprimir o jornalismo legítimo, o qual é do interesse público."
Peston mais tarde atualizou a sua peça e fez notar que poderia ter sido um indivíduo na seção de comentários a sinalizar o artigo para eliminação pelo Google, uma perspectiva que ameaça um "desaparecimento" ainda mais difundido de artigos de notícias.
O Google já recebeu mais de 50.000 pedidos para remover artigos de seus resultados de busca europeus, nos poucos dias desde que a decisão foi implementada e contratou "um exército de paralegais” para lidar com o afluxo.
O Guardian de Londres também foi informado que seis de seus artigos haviam desaparecido no buraco da memória, com o editor de projetos especiais do jornal, James Ball, avisando, "provavelmente haverá muitos mais, à medida que os ricos e poderosos procuram limpar as suas imagens on-line, sem dúvida com a ajuda de uma nova onda de empresas de "gestão de reputação". "
Ball diz que as decisões editoriais pertencem às editoras e não ao Google, e que os meios de comunicação precisam lutar contra aquilo que representa um desafio à liberdade de imprensa.
Como já salientamos anteriormente, o Google e a sua filial YouTube rotineiramente aquiescem aos pedidos das autoridades para remover as informações, inclusive com base em justificativos duvidosos, tais como o material conter "críticas ao governo."
Um exemplo disso foi o cumprimento, por parte do YouTube, de um pedido do governo britânico para censurar cenas do protesto do British Constitution Group’s Lawful Rebellion [Rebelião Legal do Grupo da Constituição Britânica], durante o qual eles tentaram realizar uma prisão civil do juiz Michael Peake no tribunal do condado de Birkenhead.
As ordens do governo para remover conteúdo do Google dispararam nos últimos 18 meses, com pedidos aumentando 26% nos últimos meses de 2012.
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