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Alvin Plantinga já está com uma idade avançada e também se aposentou oficialmente da Universidade de Notre Dame (EUA) há alguns anos. No entanto, isso não impediu um dos maiores filósofos analÃticos de nosso tempo de continuar trabalhando e realizando publicações. Desde sua aposentadoria, já tivemos editado um debate com Daniel Dennett sobre ciência e religião (no qual Dennett foi um verdadeiro palhaço, diga-se de passagem) e um debate sobre epistemologia e conhecimento de Deus com Michel Tooley.
Eis que Plantinga agora está em vias de lançar uma nova obra, dessa vez de autoria própria e única. O tÃtulo do novo livro será “Where the Conflict Really Lies – Science, Religion and Naturalism” e, segundo as informações que coletei na internet, estará destinado a provar dois pontos.
Em primeiro lugar, que há uma discordância superficial entre a Evolução e o Cristianismo, mas que, no fundo, não há nenhum conflito sério nessa conjunção. Nessa seção, ele deve comentar argumentar que as alegações de pessoas como Dawkins, Dennett e Philipp Kitcher são, no melhor dos casos, inconclusivas. A crença no “Mero Cristianismo” (para usar um termo de C. S. Lewis) pode coexistir tranquilamente com a crença na Teoria da Evolução.
Em seguida, vem idéia é a contrária: o senso comum nos diz que há uma concordância superficial do naturalismo com a Evolução. No entanto, as coisas não seriam bem assim. Por baixo dessa concordância superficial, há profundo conflito entre aceitar o naturalismo e aceitar a evolução. Provavelmente essa parte do livro será destinada a desenvolver o Argumento Evolucionário contra o Naturalismo (“EAAN”), originalmente posto no livro Warrant and Proper Function (capÃtulo 13, se bem me lembro). Segundo o EAAN, o naturalista que acredita na evolução natural não-guiada tem um “rebuting” ou “undercutting” defeater (um pouco sobre defeaters aqui) para a crença que nossas faculdades cognitivas são confiáveis, uma vez que a Evolução se interessa por comportamento adaptativo, não por crenças verdadeiras. (*)
Esse é um argumento muito interessante, sobre o qual pretendo comentar um dia ainda. Lembrando que tal argumento é um argumento epistemológico e não de caráter metafÃsico (seria o tipo de objeção de jure da qual eu falei aqui). Não se trata da veracidade do naturalismo, mas da sua aceitação racional.
Os resumos que li também falavam de que o livro iria fazer comentários sobre Argumentos como o Fine Tuning. Para alguém que já leu “God and Other Minds” ou mesmo “God, Freedom and Evil” – nos quais ele é bastante crÃtico de argumentos teÃstas – não acho que ele vá fazer uma defesa do argumento (embora ele sempre se mostre simpático a esse argumento especÃfico em entrevistas e textos). Creio que será algo mais como: “Veja, esse dado é totalmente coerente com a crença em Deus”, etc.
Não sei se esse vai ser um livro de maior rigor acadêmico (como o considerado clássico sobre modalidade “Nature of Necessity”) ou com uma linguagem mais acessÃvel (como o próprio God and Other Minds ou Warranted Christian Belief, de 2000). Mas sei que já tendo lido vários papers e textos de Plantinga, sempre é bom prestar atenção no que esse filósofo fala.
O livro sai em novembro desse ano, com quase 350 páginas.
E, bem… o meu dinheiro já está guardado.
(*) Gostaria que os leitores ficassem atentos que esse post NÃO é para discutir o EAAN, mas sim para falar do lançamento do livro. Por isso, não façam comentários fora de escopo. Se eu chegar a lançar um post sobre o argumento, aà sim poderÃamos discuti-lo tranquilamente.
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