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Sejam fortes e corajosos. Não tenham medo nem fiquem apavorados por causa deles, pois o Senhor, o seu Deus, vai com vocês; nunca os deixará, nunca os abandonará.[1]
Durante a vida frequentemente surgem oportunidades e situações que podem abrir novas portas de serviço e influência. Às vezes vemos claramente que é o Senhor abrindo a porta, outras vezes apenas sentimos no nosso íntimo, ou espírito. É um sentimento que chama a nossa atenção, pois é como se o Senhor estivesse nos conduzindo em uma certa direção. Muitas vezes vem acompanhado de excitamento e expectativa positiva que nos impelem a avançar em território desconhecido.
Muitos de nós depois de anos seguindo a Deus, temos bastante experiência em sentir aonde Ele está guiando, e em consultá-lO para confirmar a Sua vontade. Por isso, talvez tenhamos certeza em relação a um novo plano e estejamos prestes a tomar uma decisão e agir. Tudo está preparado e estamos prontos para começar.
Mas o que acontece então? Por que às vezes adiamos a decisão ou evitamos dar os primeiros passos?
Muitas vezes o medo é o culpado disso. Não gosto de admitir, mas o sentimento de medo surge na minha vida de muitas formas, e pode me paralisar. Pensando bem, às vezes tenho medo de falhar, de errar, ou de que algo vai dar muito trabalho, e do que vai me custar em termos de sacrifício.
Mas não só esses temores nos travam. Às vezes, dar um outro passo envolve pedir algo, como, por exemplo, conselho de alguém, ajuda financeira, ou permissão. Nesses casos, o medo de rejeição vem à tona, e mesmo sem pararmos para analisar e identificar nossas emoções, e expressar os temores, eles são reais e nos travam. Então, o que fazer?
A Palavra de Deus diz: “No amor não há medo; pelo contrário o perfeito amor expulsa o medo, porque o medo supõe castigo. Aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor.”[2]
Acreditar na bondade de Deus para conosco e que Ele está nos guiando e quer nos abençoar nos coloca no caminho da superação do medo. Mas essa vitória sobre o medo não pode ocorrer apenas em nossos pensamentos, não é apenas uma questão filosófica ou espiritual. O Senhor muitas vezes espera que enfrentemos nossos temores, temos que agir e seguir na direção em que Ele guia. Obedecer passo a passo, por mais difícil que seja, derrotará o Inimigo e nos ajudará a conquistar nossos temores.
Enfrentar os seus temores neutraliza o poder deles.—Mark Burnett
David, ou fundador de tfi, disse o seguinte sobre o temor na artigo “Ataque”:
O temor é um assunto bastante interessante. Normalmente só percebemos que é subconsciente quando tentamos analisá-lo e expressá-lo em palavras. Imagino que temer falar sobre seus temores é um dos piores medos que existe, porque admiti-los é revelar o nosso íntimo, aquilo que escondemos dos outros, até dos que nos são mais queridos. Na verdade, é algo que tentamos esconder até de nós mesmos, porque temos medo de pensar no assunto. Nós nem queremos admitir que sentimos medo, porque isso seria assinar um atestado de covardia, o que não queremos fazer por medo de nos expormos.
Por isso, não só vale a pena encarar e reconhecer os temores, mas assumir uma postura positiva contra eles, principalmente no poder e Espírito do Senhor, com as promessas da Sua Palavra.[3]
Nós precisamos encarar nossos temores e superá-los para podermos seguir a vocação e plano de Deus para nossas vidas e termos a experiência plena que Ele deseja para nós. Judy Blume explicou muito bem da seguinte forma:
“Cada um de nós precisa enfrentar seus temores de frente. A maneira como lidamos com nossos medos determinará o rumo que tomaremos na vida. — Se vamos viver aventuras ou ficarmos limitados pelo medo de coisas novas.”
Esta é uma outra boa citação, de Rick Warren, sobre encarar o temor:
“O maior fracasso é deixar de tentar. Quando eu morrer quero que escrevam as seguintes palavras no meu túmulo: ‘Pelo menos ele tentou’. Para a glória de Deus nós temos que assumir riscos. É isso o que gera abundância e sucesso na vida. Não tenha medo de arriscar, porque é assim que se obtém resultados.”[4]
Existem alguns passos práticos que podemos tomar no sentido de enfrentarmos nossos temores. Mencionarei alguns, acreditando que você talvez já tenha aprendido outras táticas que funcionam no seu caso.
Digamos que escreveu um livro e procura um editor para publicá-lo. Mas decidiu que, até isso acontecer, vai visitar livrarias e bibliotecas e vender o livro você mesmo. Pega 200 exemplares e começa a falar com gerentes de livrarias e outros com autoridade para ajudá-lo. Mas então percebe que não é tão fácil assim promover o seu livro. Na verdade, é tão difícil que você não consegue convencer ninguém, e começa a pensar em desistir da ideia. Você adia. Entra e sai das livrarias e diz para si mesmo: “Não é o melhor momento; estão todos muito ocupados hoje”. No final, tira os livros do porta-malas do carro achando que talvez depois do ano letivo (verão, feriados ou férias), será uma melhor hora.
Essa mesma atitude de adiar que causa inércia pode se apresentar em diferentes situações. Outros exemplos seriam: você quer pedir um aumento no trabalho; precisa conseguir uma bolsa na faculdade; precisa abordar um colaborador para patrocinar um novo aspecto da obra missionária; convida alguém para sair; deseja que uma certa pessoa seja o seu mentor; quer mais intimidade e uma relação mais profunda com alguém; quer mais responsabilidade no local de trabalho, etc.
Se temos um sonho, ficar esperando não nos ajudará a concretizá-lo. Dizer para nós mesmos que amanhã será melhor por causa disto ou daquilo geralmente é uma desculpa. Estamos com medo, e em vez de admitir e arriscar, dando um passo na tentativa de realizar o sonho, nos convencemos a desistir e ainda justificamos nossa apatia.
Esperar até criar coragem é outra forma de procrastinar. As pessoas mais bem sucedidas agem enquanto sentem medo!—Autor desconhecido
A melhor maneira de mudar a sua situação é fazer algo diferente. Você provavelmente já ouviu estes dois ditados tão conhecidos:
“Agir como sempre dará o resultado de sempre. A definição de insanidade é esperar um resultado diferente do comportamento de sempre.”
Quando sentimos um cutucão no espírito e sentimos que Deus deseja que façamos algo, temos que dar o primeiro passo. Ele não vai fazer isso no nosso lugar. Muitas vezes, quanto mais esperamos, mais nervosos ficamos.
Inatividade gera dúvida e temor; ação gera confiança e coragem. Se quer conquistar o medo, não fique parado em casa pensando. Tome uma atitude.—Dale Carnegie
Nós somos criaturas de hábitos. Nós nos acostumamos com as coisas, por isso é difícil mudar, ficamos com medo, pois temos que sair da nossa zona de conforto.
Crescimento e desenvolvimento exigem desconforto. Como um jovem esquiador disse: “Se quer aprender a esquiar de verdade, tem que se sentir confortável sentindo-se desconfortável.”
[Muitas coisas que precisamos fazer para alcançarmos nossas metas] podem ser desconfortáveis num primeiro momento. Mas não tem importância! Faça assim mesmo! Uma das maneiras de passar da fase desconfortável é simplesmente fazer aquilo que não nos sentimos à vontade fazendo.[5]
Um aspecto importante de sair da zona de conforto é começar antes de se sentir preparado. Se esperar até achar que está “pronto”… olha, sabemos que isso vai resultar em procrastinação, distração, perfeccionismo, e, infelizmente, inércia. Falando realisticamente, você talvez nunca se sinta preparado. Por isso, se conseguirmos reunir coragem suficiente para começar, mesmo sem nos sentirmos prontos, já estaremos na dianteira.
Vencedores são aquelas pessoas que têm o hábito de fazer as coisas que outros não se sentem confortáveis fazendo.—Ed Foreman
Vamos aplicar o sábio conselho de Napoleon Hill:
“Não deixe para depois. Nunca vai existir o momento exatamente certo.”
Quanto mais cedo mergulharmos e suportarmos aqueles primeiros passos desagradáveis, mais rápido passaremos da fase de medo e começaremos a nos divertir e alcançar êxito. O ciclo é previsível: Decida o que vai fazer, tenha confiança quanto à bênção de Deus no assunto, trace um plano, assuma o compromisso de realizar o plano, comece, faça uma vez, faça mais uma vez, e irá melhorando com o tempo!
Se esperar até o tempo estar perfeito, você nunca vai plantar as sementes. Se ficar com medo achando que toda nuvem trará chuva, você jamais fará a colheita.[6]
Como disse o grande jogador de hóquei, Wayne Gretzky: “Você erra 100% das jogadas que nunca faz.”
Diante de algo que é difícil para você fazer, pergunte-se: “Qual a pior coisa que poderia acontecer?” Se responder a essa pergunta e tratar o assunto até decidir que consegue lidar com o pior que poderia acontecer no futuro, verá a tensão se dissipar e conseguirá enfrentar os seus medos.
E se estiver começando um novo projeto ou desafio com o qual não se sente confortável, ou o deixa com medo, é bom dar-se o direito de se sentir desajustado, errar e não ser perfeito. Entenda e aceite que você não terá um bom desempenho no início. Na verdade, pode até falhar logo no começo, e não tem problema.
É normal se sentir um peixe fora d’água até conseguir dominar uma certa atividade, então enfrente o desafio com o pensamento de que está aprendendo, tudo vai dar certo e é perfeitamente aceitável não conseguir desenvolver a atividade, mas se continuar avançando vai melhorar.
Reduzir a expectativa de sucesso imediato torna mais fácil dar o primeiro passo para um novo desafio. Essa atitude pode transformar as primeiras tentativas na porta para um sucesso incrível.
Toda experiência em que você encara o medo acrescenta força, coragem e confiança. ...Você tem que fazer aquilo que acha que não consegue fazer.—Eleanor Roosevelt
Esta é uma história verídica contada por Rory Vaden com a qual todos podemos nos identificar:
Certa vez ouvi falar de uma mulher encurralada no 80º andar de um prédio em chamas. Ela tinha claustrofobia e pavor de altura. Quando o alarme de incêndio disparou, ela se recusou a acompanhar os colegas pela saída de emergência.
Investigando o edifício os bombeiros a encontraram agachada debaixo de sua mesa esperando a morte. Enquanto insistiam que ela descesse a escada, ela gritava: “Estou com medo. Estou com medo!” Por fim um dos bombeiros disse: “Não tem problema. Desça com medo mesmo.” E repetiu isso nos 80 lances de escada até ela chegar em segurança ao andar térreo.
Todos nós já enfrentamos momentos assim na vida profissional, quando sabemos o que precisa ser feito, mas o medo nos trava. Para podermos enfrentar isso devemos cultivar o hábito de agir apesar do medo. Não tem problema sentir medo, simplesmente faça o que tem que fazer apesar do medo. Não tem problema sentir-se inseguro, simplesmente faça apesar da insegurança. Não tem problema sentir-se desconfortável com algo, simplesmente faça mesmo assim. Simplesmente faça.[7]
Eu diria que o mais difícil é dar o primeiro passo. A segunda prova é persistir. Quando você não tem muito talento pra coisa parece que é comum “fracassar”. Voltando ao livro que mencionei antes. Se você não tem experiência em vender o seu livro, provavelmente não vai se sair muito bem. Mas se persistir e aprender a partir das reações das pessoas, dos seus próprios erros e acertos, em breve vai melhorar e eventualmente realizar a proposta com êxito.
Faça — e continue fazendo — aquilo que você tem medo de fazer... é a maneira mais rápida e garantida de descobrir os seus medos e conquistá-los.—Dale Carnegie
Pense em algo que hoje você faz com habilidade e talento, mas que, no começo, sentia-se desajeitado, temeroso e tudo menos capaz.
Mas você adquiriu confiança e habilidade depois de dar o primeiro passo por fé e enfrentar seus medos repetidas vezes. E isso é difícil para qualquer pessoa!
Um novo desafio pode nos deixar pouco à vontade e até com medo. Mas enfrentar de maneira incisiva e fazer repetidamente aquilo que nos inspira medo, inevitavelmente tornará a tarefa mais fácil e nós nos tornaremos mais hábeis. Isso, em essência, é vencer seus medos!
[1] Deuteronômio 31:6 NVI.
[2] 1 João 4:18 NVI.
[3] “Ataque!” Junho 1972, Artigo 171:1,12.
[4] Rick Warren
[5] Jack Canfield e Mark Victor Hansen, The Aladdin Factor (New York: Berkley Trade, 1995).
[6] Eclesiastes 11:4 NVI.
[7] “To Reach the Top, Do What Others Won't,” CNN, 12 de março, 2012.
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