Muitas das melhores pessoas no mundo são modestas e humildes, e passam despercebidas. Elas não exibem qualidades exuberantes ou dons impressionantes. No entanto, uma espiada na sua essência revelará um coração tomado pelo Espírito de Deus. Cristo vive nelas.
Alguns anos atrás publicou-se a história de um jovem ministro em visita à sua cidade natal. Na ocasião ele foi visitar um velho artesão que fazia sapatos. No meio da conversa, fez menção ao ofício do velho homem como uma atividade simples e comum. O artesão ficou chateado com a maneira como o pastor se expressou.
“Não chame o meu ofício de simples e comum. Ele é tão simples e comum quanto o seu. No dia do juízo, quando estivermos diante de Deus, Ele vai indagar a respeito do meu trabalho e a qualidade dos sapatos que fabriquei. E pedirá para ver um dos meus artigos. A você Ele perguntará que tipo de sermão pregou ao povo, e você terá que mostrar. Se os meus sapatos forem de melhor qualidade que os seus sermões, eu é que receberei a aprovação maior.”
O velho artesão não ficou ofendido, apenas sabia quão honrada era a sua profissão diante de Deus. E ele estava certo. Nenhuma ocupação é simples e comum por si só. O trabalho mais simples e comum pode ser fabuloso se realizado com devoção a Deus. Cada um de nós será julgado pela maneira como realiza o seu trabalho dentro da sua profissão, ofício ou vocação. Por mais simples e comum que seja a nossa atividade profissional em termos de reconhecimento, se for realizada por Cristo, ela é gloriosa.
Você talvez esteja um pouco desanimado consigo mesmo, achando que a sua vida não é muito confortável, que não tem muitas oportunidades ou privilégios. Fica receoso achando que não está progredindo tão rápido quanto gostaria. Tem se sentido desanimado e deprimido. Peça a Deus para abrir os seus olhos e verá que a sua vida, por mais simples e comum que seja, é esplendorosa. —J. R. Miller[1]
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Em 1 Coríntios 1:27–29, a Palavra de Deus diz: “Mas Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes. Ele escolheu as coisas insignificantes do mundo, as desprezadas e as que nada são, para reduzir a nada as que são, para que ninguém se vanglorie diante dele.” … Essa epístola foi escrita aos gregos, os quais, como devem se lembrar, não eram muito dados a coisas simples e comuns. Para eles, as coisas corriqueiras haviam perdido o atrativo, eles viviam em busca de algo novo.[2]
O que se pode considerar “lugar-comum”? Olha, é o vale onde milhões se encontram; é o lugar por onde transitam as massas e onde tarefas são realizadas pelas massas. Não acontece nada de diferente que possa chamar a atenção. Mas é a realidade que faz o mundo girar. Geralmente, muitas pessoas desejam sair do lugar-comum, querem fazer algo grandioso, mas se esquecem que existem as tarefas fundamentais como cozinhar, lavar, remendar, costurar, cultivar a terra, cuidar dos doentes, educar as crianças, e fazer pequenos atos e gentileza. Todas essas atividades relacionadas ao dia a dia são lugar comum, mas grandiosas aos olhos de Deus, e Ele as criou, assim como às coisas grandiosas.
Sabe, o lugar comum é necessário e útil para a economia. Lavar louças, cozinhar e cuidar do seu próprio jardim são atividades que edificam caráter, assim como fazer serviços de carpintaria. Eu adoro ver uma mulher que gosta de cozinhar, lavar e costurar, e um homem que tem prazer em cuidar da sua terrinha, da sua equipe e plantação. Essas coisas são divinas. ...Deus criou o lugar comum. Eu não entendo, mas parece que o trabalho árduo e repetitivo penetra no intimo das pessoas de uma forma que elas começam a se minimizar e achar que nada valem e nada são diante dos homens ou de Deus. Olha, Dorcas foi mais útil do que Berenice, a socialite filha de Herodes. E encontramos na Palavra de Deus muitos personagens que viviam dentro do âmbito do lugar comum.[3]
Eu me pergunto quando vamos aprender a lição de que devemos cumprir as pequenas responsabilidades da vida fiel e prontamente, com exatidão e reverência, não para sermos elogiados pelos homens, mas para ouvirmos de Jesus, “bem está”; não por compensação financeira, mas porque Deus nos deu a oportunidade de trabalhar no Seu grandioso universo. Não devemos fazer por obrigação, mas por opção, não por força das circunstâncias, mas pensando no Senhor, “para o Senhor, e não para homens”, como pessoas que foram libertadas por Cristo.[4]
E além do lugar-comum encontram-se os alicerces do caráter, mais lindos e permanentes do que coral. E ele se revelará diante de homens e anjos como uma ilha verde esmeralda de beleza perene e repleto de sons do paraíso. Devemos estar atentos para não nos queixarmos das tarefas comuns do dia a dia, pois elas contribuem para formar o caráter que teremos por toda a eternidade.
É muito mais importante fazer algo sem importância com grande motivação por Deus, do que algo grandioso e importante, mas com um espírito de queixa. Uma vida comum oferece mais oportunidades para cultivar nobreza de espírito e graça cristã, e mais oportunidades do que qualquer grandeza segundo os padrões humanos. Às vezes, pensando nos livros de história, poderíamos desejar: “Quem me dera ter sido alguém como Grace Darling ou Florence Nightingale.” Mas Deus o colocou onde poderá ser exatamente o que Ele quer que seja — se fizer para Ele e não para homens.—Virginia Brandt Berg[5]
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João [Batista] não fez nenhum milagre, mas Jesus disse que entre os nascidos de mulher não havia ninguém maior do que ele.[6]
O trabalho principal de João era dar testemunho da Luz,[7] e esse pode ser o seu e o meu trabalho. João sentia-se satisfeito sendo apenas uma voz, contanto isso fizesse as pessoas pensarem em Cristo.
Disponha-se a ser apenas uma voz, ouvir mas não ser visto; um espelho que oferece o reflexo glorioso da luz do sol; uma brisa que surge pouco antes do amanhecer e diz: “É a aurora! O dia está amanhecendo!” e então se vai.
Faça as coisas mais simples e lugar-comum como se estivesse sendo observado por Deus. E se tiver que conviver com pessoas antipáticas, determine-se a conquistar por meio do amor.
Nós estamos fazendo mais bem do que percebemos. Estamos semeando, dando início a pequenas correntes de água, compartilhando com as pessoas pensamentos de Cristo, aos quais um dia elas se referirão como o início de uma caminhada com Ele. Quando eu morrer, não é preciso edificar um grande mausoléu, ficarei satisfeito com um pequeno túmulo, sabendo que pessoas simples ali se reunirão e dirão: “Ele foi um bom homem. Não realizou nenhum milagre, mas falou de Cristo, e por meio disso vim a conhecer Jesus.”—George Matheson[8]
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Você se compara com os outros e acha que não desenvolveu o seu potencial pleno, que não é bom o bastante para Mim ou para a tarefa da qual o incumbi. Sente que se pudesse melhorar neste ou naquele aspecto, seria um vaso melhor e que poderia Me servir de um modo que pensa ser melhor e que Me agradaria mais. Mas o que não vê é que para Mim as suas falhas e as arestas a serem limadas comprovam que precisa de Mim. Eu o criei; as Minhas mãos o formaram; você é obra Mim, sempre sendo modificado, fortalecido e moldado de acordo com o Meu desenho e desígnio.
Por isso, quando sentir-se tentado a se comparar com outros, a considerar outros mais talentosos, capazes ou atraentes, e se achar fraco e incapaz para alcançar as qualidades que desejaria ter, olhe para Mim e deixei-Me erguê-lo e lhe mostrar as coisas com a Minha perspectiva. Eu lhe mostrarei que cada instrumento tem suas falhas, cada um precisa de Mim, e as suas fraquezas e falhas podem levá-lo a se apoiar mais em Mim. Na sua humildade, Eu o exaltarei.—Jesus falando em profecia.
Publicado no Âncora em novembro 2013. Tradução Hebe Rondon Flandoli.
[1] The Glory of the Common Life (Hodder e Stoughton, 1910).
[2] Atos 17:21.
[3] Atos 9:36–42; Atos 25:13, 23; 26:30.
[4] Colossenses 3:23.
[5] Original em inglês: http://virginiabrandtberg.org/meditation-moments/mm070_the-commonplace.html.
[6] Veja João 10:41 e Mateus 11:11.
[7] Veja João 1:6–8.
[8] Mananciais no Deserto (Ed. Betânia).
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