Jesus evidenciou a obrigação de perdoar, mas também deixou bem claro que a pessoa deve evitar comportamentos que suscitem a necessidade de perdão. O fato do seu irmão ter a obrigação, segundo as palavras de Jesus, de perdoar, não lhe dá o direito de lhe fazer mal deliberadamente. Você continua responsável diante de Deus por suas palavras e ações.
Como sempre, Jesus coloca o Seu princípio de forma concisa e poderosa: E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira fazei-lhes vós também.[1] Em uma outra versão da Bíblia foi traduzido da seguinte forma: Façam aos outros a mesma coisa que querem que eles façam a vocês.[2] Em Mateus, diz: Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas.[3]
Se estiver tomando uma decisão e ficar na dúvida quanto ao que é moralmente certo ou errado, pergunte-se: “Eu ia querer que outros me tratassem da maneira como estou pensando em tratar esta pessoa?” Se a resposta for negativa, já sabe que provavelmente é a maneira errada de agir.
Por outro lado, se gostar da sensação ao imaginar-se recebendo o tratamento que pretende dispensar a uma outra pessoa, isso pode servir de indicador de que é seguro assim agir. Se gostaria de ouvir alguém dizer de você o que vai dizer sobre outra pessoa, ou se ficaria feliz com a transação financeira que está oferecendo ao seu irmão, então faça. Mas se no fundo sabe que a sua ação pode prejudicar o outro e você não gostaria de ser tratado assim, então pode ter certeza que está pecando contra o seu irmão.
As admoestações bíblicas de tratarmos os outros como gostaríamos de ser tratados e amarmos nosso próximo como a nós mesmos não são apenas jargões ou conselhos de auto ajuda, mas sim desafios propostos por Deus para cada pessoa; são o referencial pelo qual devemos julgar nossas ações. Deus é que nos dá essas diretrizes e deveríamos considerar que é por elas que Ele julga o que fazemos.
Não é uma fórmula complicada que requer uma vida de estudo para entender. É tão simples que até uma criança pequena consegue assimilar. Não trate ninguém de uma maneira que você não gostaria de ser tratado.
A Bíblia contém as coisas profundas de Deus, tesouros novos e velhos, e às vezes pode parecer complexa e repleta de sentidos. Mas Jesus, de forma sucinta, usando poucas e simples palavras que qualquer um pode entender, explicou a sua mensagem essencial: amar a Deus de todo o coração, alma e entendimento; e ao próximo como a si mesmo. Isso cumpre a Lei e os profetas, ou seja, todo o conteúdo do Antigo Testamento.
Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.”[4]
Cumprir significa fazer; não são apenas imagens ou boas ideias. Trata-se de princípios a serem colocados em ação. Em outras palavras, diante da decisão de tomar uma atitude que vai prejudicar alguém, ou agir em amor, você opta pela atitude amorosa — mesmo que saia perdendo. As profundas declarações de Jesus devem ser aplicadas, pois são princípios pelos quais deveria nortear e avaliar suas decisões.
Aplicar ou não esses princípios gera consequências positivas e negativas, pois colhemos o que semeamos. Se semearmos amor, colheremos amor; se semearmos gentileza é o que colheremos.
E ocorre também o contrário, como expressa Jó:
Segundo eu tenho visto, os que lavram iniquidade e semeiam o mal segam isso mesmo.[5]
Há uma correlação entre nossas ações —a maneira como tratamos as pessoas —e as consequências que geram. Colher o que semeamos é um princípio que pode afetar profundamente nossas vidas. A nossa história pessoal será afetada positiva ou negativamente pela maneira como tratamos outros. Por isso, tratar as pessoas como gostaríamos que nos tratassem é um princípio muito importante que seria aconselhável aplicarmos ao nosso dia a dia.
Publicado originalmente em março de 2011. Compilado e republicado em Âncora, maio de 2014. Tradução Denise Oliveira. Revisão H.R.Flandoli.
[1] Lucas 6:31.
[2] Lucas 6:31.
[3] Mateus 7:12.
[4] Gálatas 5:14.
[5] Jó 4:8.
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