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Monday, September 1, 2014

Segurando a Minha Mão

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Nina Thomas

Se não seguro Sua mão não consigo andar;
As montanhas e os vales são grandes demais.
Foi de joelhos que aprendi a lutar,
Senhor, se não seguro Sua mão, não consigo andar.

As palavras desse velho hino tão conhecido vêm à mente enquanto assisto meu sobrinho aprender seus primeiros passos. Descobri que podemos tirar vários paralelos do relacionamento de alguém com Deus a partir do processo de uma criança aprender a ficar sobre seus dois pés. Por exemplo, apesar da criança conseguir se locomover sem problemas, muitas vezes se cansa e quer ser carregada pelos pais para aliviar o esforço ou desconforto. Outra coisa é que o aprendizado de cada criança é diferente. Algumas começam a andar antes de outras, algumas engatinham antes de andar e outras não. Mas, não importa como seja, o resultado final é o mesmo.

O paralelo mais fascinante para mim (em parte porque a princípio era um pouco irritante) foi o que observei em várias crianças ao longo dos anos, e esperei para ver se também ia acontecer com meu sobrinho Markus quando ele começou a andar. Não tive que esperar muito para descobrir.

Markus gostava muito de engatinhar, tanto que um de nossos amigos o apelidou de “Mr. Placas Tectônicas”. À medida que começamos a lhe ensinar a andar, ele demonstrou claramente que preferia engatinhar a andar, de modo que ficava a cargo de quem cuidava dele durante o dia (geralmente eu ou minha mãe) mantê-lo sobre os seus dois pés o máximo possível para encorajá-lo a criar o hábito de andar. Depois que ele aprendeu, as superfícies planas eram moleza para ele, mas ele sempre ficava de quatro quando tinha que subir ou descer as escadas. Com o passar do tempo, ele se acostumou a segurar na mão de quem cuidava dele para se apoiar ao subir e descer escadas.

Para uma criança que está aprendendo a andar, subir uma escada é geralmente mais fácil do que descer. Acho que uma das razões para isto talvez seja o medo de cair. Mais de uma vez tentei persuadir esse menininho a dar alguns passos sozinho, que o levariam aonde ele quisesse, mas sem sucesso. Ele ficava ali choramingando, com uma expressão confusa, sem querer se aventurar a dar aqueles passos sozinho. Ele então estendia os braços e olhava para mim rogando com aqueles olhinhos lindos para eu ajudá-lo, e é claro que eu não conseguia resistir correr em seu auxílio. Assim que ele agarrava firmemente os meus dedos, ocorria a transformação. Markus perdia qualquer medo ou hesitação e se jogava para o próximo nível, perdendo às vezes até os degraus.

Esta não foi a primeira vez que eu tinha sido “levada” a fazer aquilo. Nos meus anos como voluntária em centros missionários na AFI, já tinha passado por isto nas mãos gorduchinhas de pelo menos três outras criancinhas. Da primeira vez que tive esta experiência, eu era uma adolescente precoce, determinada a ensinar a criança a encarar seus medos. Eu me lembro de me sentir sem graça e indignada com a criança por ter me “enganado” e feito com que eu a “resgatasse prematuramente” da lição que tinha tentado lhe ensinar. Mas, com o tempo, eu me maravilhei com a maneira como o comportamento das crianças ilustra claramente um princípio de fé que eu esperava um dia dominar.

Quando a criança dá a mão a um adulto de confiança, ela perde imediatamente o medo e simplesmente pula para outro degrau ou outro nível. Por quê? Porque ela confia tanto na força e no amor do adulto que sabe que ele(a) vai levá-la com segurança até seu destino. Sinto que é assim que Deus gostaria que fossemos com Ele. É claro que há lições que Ele quer que aprendamos, e muitas vezes permiti situações para nos ajudar a crescer espiritualmente e fortalecer a nossa fé. Mas Ele está sempre à disposição para nos apoiar, e virá em nosso auxílio quando Lhe pedirmos. E nessas situações “estou-com-medo-de-cair” assustadoras, nas quais Ele nos pede para darmos um pulo de fé, Ele sempre nos carregará e ajudará a aterrissar em segurança.

Eu também consegui discernir um contraste bastante engraçado entre a minha reação e a perspectiva de Deus nisto. Apesar da minha atitude ser à princípio negativa, a de Deus parece bastante positiva. Ele instrui repetidas vezes, quase que implora, que Lhe peçamos ajuda, e nos ajuda tão liberalmente e de todo coração, porque Seu amor é simplesmente assim de grande e incondicional. Aos olhos de Deus, o maior sinal de crescimento é estarmos mais dependentes dEle e dependermos menos de nós mesmos.

Minha oração, portanto, é que eu me torne mais como uma criança nesse aspecto, demonstrando mais confiança no meu Pai celestial pedindo-Lhe ajuda a cada passo. Como muita gente da minha idade neste momento, eu me encontro em uma situação nova, procurando me estabelecer, e em transição para a próxima fase da vida, a que o Senhor está me guiando. Com tudo o que há para fazer e aprender, em alguns aspectos é como se eu estivesse aprendendo a andar novamente. Eu me vejo muitas vezes de joelhos, fazendo uma oração intencional, ou simplesmente porque perdi o equilíbrio. Mas, sempre que começa a parecer que é demais e que tudo está acontecendo ao mesmo tempo, lembro-me que Ele está sempre ao meu dispor. Tudo o que tenho que fazer é buscar os Seus braços que estão sempre estendidos, e sei que Ele não vai me deixar. Esta preciosa lição aprendida de joelhos, de que preciso da ajuda do Pai, é o que me reveste de poder para andar, pular, correr, e até voar rumo ao futuro.

Tradução Denise Oliveira. Revisão H.R.Flandoli.

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