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Wednesday, September 22, 2021

Um Instrumento da Sua Paz

 

Compilação

Senhor, fazei de mim um instrumento da Vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve amor; onde houver ofensa, que eu leve perdão; onde houver dúvida, que eu leve a fé; onde houver desespero, que eu leve esperança; onde houver trevas, que eu leve a luz; onde houver tristeza, que eu leve a alegria.

Ó Mestre, fazei que eu procure mais: consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado. Pois é dando, que se recebe; perdoando, que se é perdoado e é morrendo que se vive para a vida eterna.—Atribuído a São Francisco de Assis

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A oração de São Francisco é uma carregada de significado espiritual. As palavras logo no início indicam como devemos viver nossas vidas. Neste mundo cheio de trevas, desespero e tristeza, devemos ser pessoas que promovem a luz, a esperança e a alegria. Esta oração tem tudo a ver com viver nossas vidas exatamente como Jesus viveu enquanto esteve aqui na Terra. Viver de maneira semelhante é a forma mais eficaz de refletir a imagem de Deus através de nossas vidas como Sua criação. …

Embora nascido em uma família de posses, [São Francisco] depois de um tempo escolheu dedicar sua vida a Jesus Cristo. Diz-se até que ele teve uma visão onde Cristo lhe disse para “reconstruir minha igreja”, e ele assim o fez com suas próprias mãos. Ele escolheu viver uma vida que agradasse a Cristo, mesmo que isso significasse deixar sua riqueza material para trás.

Muitos de nós talvez não tenhamos sido chamados a seguir o mesmo caminho que São Francisco. Entretanto, como seguidores de Jesus, somos todos chamados a ser como Jesus e a viver como Ele viveu. ... Esta oração nos lembra como devemos nos comportar todos os dias, especialmente na maneira como tratamos os outros.—De Christianity.com[1]

Semear amor, perdão e alegria

A natureza humana tem uma tendência, principalmente em nossa sociedade atual, de tornar tudo egoísta, focar para dentro para o “eu” como a coisa mais importante, enquanto negligenciamos a forma como nosso comportamento e nossas atitudes afetam aqueles ao nosso redor. É muito fácil esquecer que focar nos outros é uma forma importante de focar em Deus, e algumas de nossas melhores oportunidades de servir bem a Deus são encontradas em servir bem ao próximo. …

Como uma ação causa reação, até a menor das ações pode ter um efeito enorme. Todos nós sabemos como é quando uma simples interação com alguém faz o nosso dia ou o arruína, e quando uma palavrinha de nada ou um gesto muda tudo. Nossas vidas estão cheias de oportunidades para fazermos a diferença, quer positiva quer negativa, na vida de outra pessoa. Em vez de simplesmente evitarmos os danos, nosso objetivo deveria ser escolhermos ativamente o amor e sermos um verdadeiro “instrumento da paz de Deus”.

O amor de Deus é ilimitado, portanto é impossível contar ou listar as maneiras como podemos refletir o Seu amor e compartilhá-lo com os outros. Mas podemos dividir a oração de São Francisco de três formas. A primeira delas é uma atitude de misericórdia e perdão, orando: “Onde houver ódio, que eu leve amor; onde houver ofensa, que eu leve perdão”. Ao longo da Bíblia, nosso Senhor nos lembra repetidas vezes da importância do perdão, dizendo-nos que não pode haver limite para o número de vezes que perdoamos a quem nos magoou. Devemos cultivar uma atitude de compaixão, de oferecer misericórdia em vez de vingança, mesmo quando é difícil. E isso pode ser feito de tantas maneiras—seja abrindo mão da mágoa de uma antiga briga familiar ou simplesmente defendendo alguém de fofocas maliciosas, quer você conheça a pessoa quer não.

São Francisco também se concentra no amor que demonstramos simplesmente sendo alegres e positivos: “Onde houver desespero, que eu leve esperança. Onde houver tristeza, que eu leve a alegria”. Cultivar um espírito de gratidão pelas bênçãos de Deus ajuda muito, não só aqueles com quem temos contato, mas também a nós mesmos, pois ao lembrarmos os outros de estarem agradecidos, estamos lembrando a nós mesmos que devemos agir assim.

É impressionante quão pouco temos que fazer para animar alguém—uma visita rápida a um vizinho idoso ou doente, um presente “só porque deu vontade”, ou simplesmente reparar em alguém e lhe fazer um elogio e dar um sorriso. Com que frequência ouvimos falar que um ato aleatório de bondade “restaurou a minha fé na humanidade”? Quando vivemos uma vida em Cristo, cheia de alegria santa, restauramos não só a fé na humanidade, mas também, o que é mais importante, a fé em Deus.—Rebecca Smith[2]

Procurar entender

A oração de São Francisco diz: “Ó Mestre, fazei que eu procure mais... compreender, que ser compreendido”. Nem sempre é fácil entender os outros. Cada pessoa tem um background, experiências de vida, esperanças e sonhos diferentes, de modo que o que parece perfeitamente coerente para mim pode não fazer sentido algum para outra pessoa.

Como cada um de nós é feito de forma tão diferente, pode ser um grande desafio entender o modo de pensar e de agir de outras pessoas. Eu acho que a tendência natural é achar que os outros são como nós, ou esperar que sejam, o que pode nos levar a fazer julgamentos precipitados. O problema de fazer julgamentos precipitados é que muitas vezes não chegamos à conclusão certa, e às vezes tiramos a conclusão errada. Se eu não entender os motivos ou as circunstâncias da pessoa, posso achar que algo que ela fez ou disse foi estúpido, arrogante ou desamoroso.

É tão fácil fazer suposições. É muito mais complexo tomar tempo para descobrir os motivos por trás das ações ou atitudes de outros. Significa que temos que sair do nosso mundinho—a maneira como pensamos, nossas experiências, o que gostamos ou não gostamos—e nos colocarmos no lugar da outra pessoa. Temos que buscar intencionalmente entender e ir além de nossas próprias suposições.

A Bíblia diz para “não julgar”.[3] Mas quando a pessoa parece estar errada ou até mesmo ser diferente, ou se a sua atitude é diferente daquilo que já vimos ou vivenciamos, é difícil ver qualquer outra coisa. Parece que a nossa tendência, antes de sequer tentarmos entender a pessoa é colocá-la num molde e lascar um rótulo. Apesar de (tecnicamente) sabermos que nós mesmos não somos perfeitos, podemos esquecer isso rapidamente quando estamos frente a frente com as aparentes imperfeições de outros.

Quando vejo uma falha em alguém, a coisa mais difícil é pensar “Olha, eu também não sou perfeita”. Mas e se eu fosse perfeita? Será que poderia julgar? De acordo com a Bíblia, não. “Há apenas um Legislador e Juiz, aquele que pode salvar e destruir. Mas quem é você para julgar o seu próximo?”.[4]

Só existiu uma Pessoa perfeita, Jesus. Ele nunca pecou—e nunca pecará. Se alguém está em condições de julgar, é Ele. Então, como Ele lidou com outras pessoas e seus erros? Que tipo de exemplo Ele nos deu para interagirmos com as pessoas que são tudo menos perfeitas?

Quando Jesus encontrou a mulher Samaritana junto ao poço,[5] Ele teve a oportunidade de ouro de deixar algumas coisas bem claras para ela. Mas esse não era o Seu objetivo. Jesus não a julgou nem a descartou com base na sua aparência ou histórico. Ele parou para realmente a considerar.

Jesus ficou com aquela mulher e ouviu suas perguntas, dúvidas e apreensões. Ele tomou tempo para lhe responder. Viu tudo que ela era e tudo que podia vir a ser. Obviamente, Jesus a entendeu o suficiente para Se colocar no nível dela, pois depois da conversa ela voltou para a cidade e falou sobre Ele para todo o mundo. Não tinha nem um dia que ela conhecia Jesus, mas confiou nEle o suficiente para apontá-lO como o Salvador. Como Jesus a entendeu de verdade, Ele não só tocou o seu coração, mas o de muitos outros naquela cidade samaritana.

Quantas vezes julgamos as pessoas com base na sua aparência ou ações, sem tentarmos primeiro entender o que elas são na realidade? Quantas vezes rotulamos as pessoas e as tratamos de acordo com esses rótulos, sem pararmos para ouvir toda a sua história?

Quem sabe que amizades podemos forjar ou oportunidades que podemos ter para compartilhar o evangelho, se escolhermos amar e entender em vez de supor e rotular? Talvez aquela pessoa que rotulamos e evitamos esteja em um momento em que poderia usar desesperadamente uma palavra de encorajamento ou um gesto de amizade. É preciso deixar de lado os rótulos e suposições para podermos realmente compreender e valorizar a pessoa pelo que ela é—um ser humano criado à imagem de Deus, alguém por quem Jesus morreu na cruz, alguém que precisa de Seu amor e da nossa compreensão.—Marie Story[6]

Publicado no Âncora em setembro de 2021.


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